O ministro cessante da Administração Territorial do Governo demissionário da Guiné-Bissau, Sola N`Quilin, demitiu hoje de funções o Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Baltazar Cardoso, que acusa de corrupção, gestão danosa, peculato e nepotismo.
Num despacho a que a Lusa teve acesso, N`Quilin
salienta ter decidido demitir Baltazar Cardoso depois de receber um relatório
de inquérito por si mandado fazer na sequência da suspensão do presidente da
Câmara de Bissau, a 02 de Janeiro.
O ministro não só ordenou a suspensão de Baltazar Cardoso como o proibiu de
frequentar as instalações da Câmara de Bissau, assim como todos os
colaboradores por si nomeados.
O governante afirma, agora no seu despacho de demissão, terem sido
confirmadas as suspeições contra Baltazar Cardoso e que "perante as provas
é obrigado a agir em conformidade" para salvaguardar o interesse público.
Mesmo que o Governo
esteja em mera gestão, Sola N`Quilin disse ter poderes para agir conforme
recomenda a lei orgânica da Administração Pública guineense.
A decisão de Sola
N`Quilin de ordenar a demissão de Cardoso ocorreu um dia depois de o advogado
do ex-presidente da Câmara de Bissau, Mussá Sanhá, ter anunciado que o tribunal
deu como "sem efeito" a decisão do ministro de o suspender.
Segundo o advogado, o
tribunal considerou que o ministro não tem competências para suspender o
presidente da Câmara de Bissau, uma decisão que, frisou, apenas pode ser tomada
em conselho de ministros.
Baltazar Cardoso e
Sola N`Quilin são dirigentes seniores do Partido da Renovação Social (PRS), a
segunda força mais votadas nas últimas eleições legislativas guineenses.
Ambos foram ouvidos no Ministério Público na sequência de troca de
acusações sobre alegadas vendas de terrenos públicos.
Notabanca;
14.03.2018
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