PJ GUINEENSE DETEVE CIDADÃO ALEMÃO QUE FICOU COM
FUNDOS DO CENTRO DE HEMODIÁLISE DE BISSAU
Polícia Judiciária (PJ)
guineense deteve hoje Olaf Baungarten, cidadão alemão líder de uma fundação que
ficou com 100 mil euros de uma empresa, destinados para a construção de um
centro de hemodiálise em Bissau.
A empresa Augustus, que quer
investir na construção de uma zona franca na ilha guineense de Bolama, doou 100
mil euros para a fundação WestAfrica que seriam canalizados para as autoridades
de Bissau abrirem o primeiro centro de hemodiálise no país.
O anúncio do apoio por parte da WestAfrica ocorreu em outubro de 2016 e hoje,
em conferência de imprensa, momentos antes de ser detido pela PJ, Olaf
Baungarten confirmou ter ficado com 90 mil euros.
"Tinha problemas financeiros, utilizei esse dinheiro em proveito
pessoal", afirmou Baungarten, prometendo restituir a soma dentro de 90
dias e ainda fazer com que o centro de hemodiálise se torne uma realidade na
Guiné-Bissau.
O fundador e presidente da WestAfrica, que entretanto fechou, pediu desculpas
ao povo e às autoridades da Guiné-Bissau e salientou que já pagou pelos seus
atos na Alemanha, onde, disse, foi levado à justiça.
Depois de terminar a conferência de imprensa e ainda na sala do hotel, três
agentes da PJ guineense detiveram Olaf Baungarten com um mandado, tendo o
cidadão alemão sido conduzido numa viatura para as celas da corporação em
Bissau.
Questionado sobre qual a responsabilidade da empresa Augustus em todo o
processo, Michael Fadul, cidadão guineense e representante daquele grupo na
Guiné-Bissau, confirmou que, "até aqui" foram "os principais
parceiros da WestAfrica"
Em outubro de 2016, quando a delegação da WestAfrica visitou a Guiné-Bissau.
foi recebida pelo então primeiro-ministro, Baciro Djá, e pelo Presidente
guineense, José Mário Vaz, aos quais prometeram ajudar o país na reabilitação
de uma escola na vila de Bula e na melhoria do sistema da saúde pública.
É nesse âmbito que a fundação anunciou uma ajuda para a construção do centro de
hemodiálise em Bissau, mas que nunca saiu do papel apesar de as autoridades
terem disponibilizado espaço.
O representante da Augustus, projeto que conta transformar a ilha de Bolama
numa zona franca com um investimento de "largas centenas de milhões de
dólares", aproveitou a conferência de imprensa para anunciar o
cancelamento dos trabalhos até que haja um Governo eleito na Guiné-Bissau.
Notabanca;
14.03.2018
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